1ªs

Aprendi a ler com meus 5 ou 6 anos de idade e um de meus primeiros livros foi de Vinicius de Moraes, foi quando assim que comecei a escrever.
Aqui alguns textos, que em grande parte, a família acabou encontrando e me repassando.



Valhalla
(2003)

Se eu te dissesse tudo o que queria
Certamente minha palavras você não ouviria
Se penso em escrever alguma missiva
Logo perco o controle pois você não entenderia
Todas as palavras já foram ditas por alguém
Isso me faz entender que nada dura pra sempre
O sentimento que eu guardo não é o que esperas
Somente as lágrimas chegam ao valhalla

O que penso parece não ter sentido
O mal do mundo é recriminar o incompreendido

Quando o sol se põe você promete arrumar tudo
Logo volta o dia e você repete seus absurdos
Pra você cada sentimento é uma palavra
E cada romance só mais uma façanha

Eu cansei de ver a mesma cena deprimente
E montei um espetáculo falso em minha mente
Como déjavu ininterrupto
Eu sigo em frente pois não preciso de rótulos

Porque tudo que acontece já passou pela cabeça
E como não tem jeito espero que desapareça




Conquiste o seu medo
(Dos tempos de "Anarquia Livre, apresenta!" - 2002.)

O caminho do fim é a entrada
O destino do céu é o caos
A porta pra quem entra é a saída
O olhar que se espera é a paixão


O ideal que temos não existe
A verdade que aguardamos não resiste
O tempo quando passa é pra sempre
Existir, por si só, é reação


Não é normal fazer o que queremos
É mais fácil deixar tudo igual
É muito mais simples controlar deste jeito
Conquiste o mundo: controle o seu medo


Em cada pergunta há uma resposta
Entender o sofrimento é um prazer
Depois do trabalho o descanso
Depois da vida o descaso


Acordar de manhã e lavar a cara
Olhar no espelho e se aceitar
Ter dó dos outros é um insulto
Esta nova linhagem já nasce de luto!


Forevermente
(sem data)

Há uma brisa leve e sem sentido
E aqui dentro, uma tempestade, como prometido
Teu sabor suave me invade por inteiro
Feliz e realizado por ser teu prisioneiro


Que medo agradável deste sentimento novo
Ainda a teu lado, quero ver-te de novo
Perdi por completo o medo da vida
Mas ainda sou menino assustado quando penso em despedida


Um misto de amor e tesão
Não quero ver até onde vai dar
Não quero esperar o dia amanhecer
Eu quero o agora


Sonhamos com um mundo bem diferente
Deste que estamos destruindo
Sonhamos com uma bela casa com parede
Cor de pêssego
Se ao menos houvessem palavras
Pra dizer o que eu sinto
Lhe garanto que seria um ponto final
Pra este teu medo


Não há bunda, nem sorriso, nem olhar igual ao teu
Não há desejo ou desespero igual ao meu
Se meu tempero é infantil e inconsequente
Descobrimos a receita deste amor adolescente.



Na boa
(sem data)

Na boa
Você me matou
Com palavras e olhares que o tempo não apagou

Na boa
Você me desfez
Com bocas e seios que não tocarei outra vez

Se não era pra ser por que foi?
Se não era pra ficar que veio?
Se não era amor por que doeu?
O antes nós dois hoje sou eu

Na boa
Não posso mais
Te ver sem sentir uma tristeza grande por mim

Na boa
Não sei se me ama ou se fingiu
Mas não consigo acreditar que mentiu

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